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domingo, 11 de setembro de 2011

Captura de foragidos cresce 46%


Gilberto Rodrigues Pereira, de 33 anos, era foragido do sistema prisional, acusado de desviar dinheiro de uma instituição em que ele era conselheiro, no município de Goianápolis. Thiago Correia Amaral, de 23, tinha mandado de prisão em aberto pelos crimes de furto, receptação e tráfico de drogas. Os dois foram presos ontem em Goiânia, depois de abordados pela Polícia Militar. Eles foram levados para a Delegacia Estadual de Capturas (Decap), no Setor Jaó, onde os mandados de prisão foram cumpridos.
A rotina de recaptura de presos é diária pelas Polícias Civil e Militar. No entanto, somente em agosto deste ano, conforme estatística própria da Decap, houve um aumento de 46,89% no número de foragidos recapturados e devolvidos ao sistema prisional e de presos cujos mandados de prisão foram cumpridos na capital.
Durante todo o ano passado, as polícias cumpriram na capital 2.308 mandados de prisão – 1.482 até o dia 9 de setembro. Até 9 de setembro deste ano, já haviam sido presas 1.522 pessoas, um leve aumento de 2,69%.
Resposta às constantes fugas de presídios e de delegacias da Polícia Civil, a recaptura de foragidos ocorre principalmente em operações da PM. Na manhã de sexta-feira, dez foragidos foram presos na Operação Restauração, desenvolvida em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) e a Guarda Municipal de Goiânia.
A operação começou às 6 horas, quando militares recolheram moradores de rua e usuários de droga na Praça do Trabalhador, no Centro. Sessenta pessoas foram recolhidas e levadas ao Instituto de Identificação da Polícia Civil, onde constatou-se que dez eram foragidos da Justiça e ficaram presos.
Das 50 restantes, a PM constatou que vários tinham passagens pela polícia. A maioria era viciada em álcool ou em drogas. Apenas seis aceitaram o encaminhamento da Semas para tratar da dependência química. Depois de identificadas, as outras 44 pessoas, a maioria vinda de outras cidades e Estados, foram liberadas.
O delegado Gerson José de Souza, titular da Decap, explica que não há como dizer quantos mandados de prisão estão aguardando cumprimento em Goiás. “Já afirmaram que são 41 mil, mas muitos prescreveram e outros tantos, os procurados já morreram. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está fazendo um banco de dados para que tenhamos uma radiografia dessa situação em todo o País”, explicou.
Fugas na madrugada de segunda-feira, segundo divulgou O POPULAR, 11 presos fugiram da Casa de Prisão Provisória (CPP), no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. O grupo serrou as grades das celas e das grades de proteção,para, em seguida, pular o muro da unidade prisional. Os fugitivos aguardam julgamento pelos crimes de tráfico de drogas, roubo e homicídios.Segundo levantamento do POPULAR, divulgado em julho deste ano, 37 pessoas que estavam sob custódia da Agência Goiana do Sistema de Execução Penal (Agsep) fugiram das unidades prisionais. A população carcerária, na época, era de 11.412 detentos. No mesmo período de 2010, haviam sido registradas fugas de 75 detentos.Nas delegacias da capital , até julho deste ano, 53 pessoas fugiram de carceragens superlotadas. Somente da carceragem da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores (DERFRVA), fugiram 25 pessoas neste ano, em 3 ocorrências distintas.De acordo com o delegado Sidney Costa e Souza, titular da 1ª Delegacia Regional da Polícia Civil, a superlotação nas carceragens já foi pior, mas está longe do ideal. “Carceragem de delegacia não é local para preso aguardar julgamento”, afirmou.Segundo ele, na sexta-feira à tarde, havia 251 presos aguardando transferência para o sistema prisional em delegacias. “Somente na Delegacia de Capturas são 52 presos e na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, outros 24″, revelou Sidney Souza.O caso mais grave, conforme Sidney Souza, estava no 4º Distrito Policial, no Setor Garavelo, em Aparecida de Goiânia, onde 45 presos aguardavam vagas no sistema prisional. “Não é papel da Polícia Civil a custódia de presos, mas sabemos que há deficiências no sistema carcerário brasileiro”, ponderou.A superlotação em carceragens de delegacias e da própria CPP revela a grave crise no sistema de execução penal, que precisa de vagas para receber uma população carcerária que cresce na proporção de 6% ao ano. Para o delegado Sidney Souza, por força da nova lei que regula prisões preventivas, o número de mandados de prisão deve diminuir gradativamente. “Agora, conforme a lei, há fiança para muitos crimes”, afirmou.Para tentar resolver o problema da superlotação e assim, evitar fugas de presos, quinta-feira, o governador Marconi Perillo comprometeu-se na construção de novos presídios em Anápolis, Águas Lindas de Goiás, Formosa e Novo Gama.Foram assinados, na solenidade, dois Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) entre o governo e os Ministérios Públicos Federal e estadual. Em um deles, o governo se comprometeu a fazer um diagnóstico da atual situação de todas as unidades carcerárias e apresentar propostas para resolver os problemas.O outro vai criar em quatro meses, o Centro de Excelência do Sistema de Execução Penal. Em seis meses, o governo deve ampliar o presídio do regime semiaberto de Aparecida de Goiânia.


Em um ano, devem ser criadas 842 vagas em unidades penais para jovens e adultos em Águas Lindas e em Novo Gama. No máximo em dois anos, conforme um dos TACs firmados quinta-feira, garante a construção em Goiás de uma Penitenciária de Segurança Máxima, nível 2.
Fonte: Jornal O Popular/ Foto: Sebastião Nogueira

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