Pesquisar este blog

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Caça a criminososos’ faz 13 mortes em 30 dias

A onça, de fato, está nas ruas. Nos últimos 30 dias, ao menos 13 pessoas foram mortas em supostos confrontos com a Polícia Militar de Goiás no combate ao crime. Ontem, em Faina (a 211 quilômetros de Goiânia), três acusados de roubo a banco, depois de fazerem um casal refém numa fazenda próxima, morreram durante troca de tiros. Segundo a PM, eles teriam resistido à prisão. No fim da tarde, os policiais do Comando de Operações Especiais (COE), envolvidos no caso, já haviam se apresentado no Distrito Policial da cidade e seriam encaminhados para a Corregedoria da PM.

O recrudescimento no combate ao crime pode ser creditado às novas premissas do comando da PM. Ao tomar posse em 28 de novembro passado, o coronel Edson Costa Araújo avisou: “O macaco só desce do pau e mata quem não tem onça. E a onça vai sair para a rua”, disse. A Rotam também voltou a usar farda e viaturas pretas e será levada para cidades do interior: “A Rotam voltará a ser o pavor dos criminosos”, afirmou, na mesma solenidade.

Mas foi fora de Goiânia que ocorreu a maioria das mortes. Dos 13 óbitos, apenas dois foram na capital. Em uma das ocorrências, o Grupo de Patrulhamento Tático (GPT), a Rotam do interior, esteve envolvida. O Grupo de Patrulhamento Aéreo (Graer) deu apoio a duas outras investidas fatais contra bandidos.
Para se ter uma ideia do número expressivo de óbitos em confronto em apenas 30 dias, Goiânia, que anotou recorde de homicídios em 2011 (477), registrou ano passado 14 mortes de pessoas pelas mãos de policiais militares. E o número vinha decrescendo: em 2010, foram 25 mortos em confronto com a PM, contra 28 em 2009.
É bom lembrar que a operação Sexto Mandamento, da Polícia Federal, prendeu 19 PMs em fevereiro de 2011, a maior parte deles era da Rotam. A acusação era de que eles formariam grupo de extermínio que agia em todo o Estado. O batalhão foi reformulado, com a dissolução da tropa e implantação de nova filosofia de trabalho: “Legalidade e transparência.” Porém, esta premissa durou apenas nove meses.

Coincidência
O corregedor da PM em atividade, coronel Sérgio Mendes – que cobre as férias do coronel Lourival Camargo –, acredita que seja apenas “coincidência” as 13 mortes terem acontecido após a mudança de comando na corporação. Ele rechaça a provável relação entre os óbitos e a postura anunciada pelo atual comandante, coronel Edson.
Segundo ele, no momento do treinamento, o policial recebe instruções para lidar com situações críticas, inclusive com prováveis confrontos. “O que acontece é que, como muitos dizem, o bandido é quem decide a situação dele. O PM é treinado e vai proteger a vida dele e dos civis. Ele nunca vai para rua para matar, mas infelizmente sabemos que a bandidagem está cada vez mais ousada e aparenta estar menos intimidada”, expõe.

Coronel Mendes também não sabe mensurar se as 13 mortes estão dentro da média ou não para o período. Ontem, ele estava impossibilitado de repassar dados numéricos para a reportagem, pois portaria recente assinada pelo secretário de Segurança Pública, João Furtado Neto, determina que quaisquer estatísticas, tanto da Polícia Civil ou Polícia Militar, devem ser repassadas, a partir de agora, somente pela SSP e com consentimento do próprio secretário.

Policial deve ir à delegacia e corregedoria
Determinação colocada em prática em fevereiro de 2010, ainda durante o comando-geral do coronel Carlos Antônio Elias prescreveu o procedimento a ser adotado com policiais envolvidos em situações com vítima fatal. Primeiro, o socorro aos atingidos não deve ser feito de forma alguma pela guarnição que participou da ocorrência.
No caso de morte, o policial tem de se apresentar na delegacia mais próxima para registro da ocorrência e depois se dirigir à Corregedoria da PM, que funciona em escala de plantão 24 horas e onde é instaurado inquérito para investigar. 

Conforme a gravidade do caso, o policial é encaminhado ao Departamento de Psicologia para análise.
Se o militar teve intenção de matar, ele é imediatamente preso. Caso contrário, a depender do estado psicológico, pode ser afastado das ruas e ser escalado para prestar serviços administrativos, enquanto a investigação é feita. Isso aconteceu, por exemplo, com os dois policiais de Valparaíso, no Entorno do Distrito Federal (DF), acusados de agredir um homem que já estava algemado e caído. As imagens repercutiram na mídia nacional e os homens estão trabalhando hoje no Comando de Apoio Logístico (CAL), em Goiânia.

Fonte: O Hoje

Nenhum comentário:

Postar um comentário