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quinta-feira, 1 de março de 2012

Operação Monte Carlo

PF e MPF realizam operação contra jogo ilegal em Goiás


O Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO) e a Polícia Federal no Distrito Federal (PF/DF), com auxílio do Escritório de Inteligência da Receita Federal em Brasília, deflagraram uma operação contra a máfia dos caça-níqueis com atuação no Estado de Goiás e mais cinco Estados da Federação. O esquema, que funcionava há mais de 17 anos, era coordenado pelo empresário Carlo Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que contava com a conivência de algumas autoridades da segurança pública. A operação, batizada Monte Carlo, cumpriu, até agora, oito mandados de prisão preventiva, 27 prisões temporárias, 10 ordens de condução coercitiva e buscas e apreensões em diversas localidades. Segundo o MPF, Cachoeira e toda a cúpula da organização está presa em Brasília.
A investigação durou 15 meses e identificou 44 integrantes infiltrados na área de segurança pública: dois Delegados de Polícia Federal de Goiânia, seis Delegados da Polícia Civil de Goiás; três Tenentes-coronéis, um Capitão, um Major, dois Sargentos, quatro Cabos e 18 soldados da Polícia Militar (PM) de Goiás; um Auxiliar Administrativo da PF em Brasília; um policial rodoviário federal, um agente da polícia civil de Goiás e um agente da polícia civil de Brasília; um sargento da Polícia Militar de Brasília, um servidor da Polícia Civil de Goiás; um servidor da Justiça Estadual de Valparaíso de Goiás.

Cartel
Segundo a PF, a quadrilha contava com operadores diretos de pontos de jogo ilegal em Goiânia e Valparaíso de Goiás. Os “cassinos” funcionavam em galpões, onde as máquinas eram instaladas.
As investigações apontam que o esquema funcionava como um cartel e era operado a partir de um centro de comando, localizado em Goiânia e liderado por Carlinhos Cachoeira. Segundo a PF, era ele quem determinava o fechamento e abertura de casas de jogos no território de seu domínio.
Verificou-se também que, por meio dos integrantes da quadrilha infiltrados na polícia, Cachoeira controlava a abertura de pontos de jogos concorrentes dentro de seu território. Caso alguém ousasse abrir cassinos clandestinos no território dominado pelo grupo, policiais eram demandados a fechar tais casas. Esses policiais também agiam como informantes, passando informações sobre operações realizadas pelos órgãos de segurança pública, dando tempo ao grupo para que a máquinas fossem transferidas.
Segundo os procuradores da República, Daniel de Resende Salgado, Lea Batista de Oliveira e Marcelo Ribeiro de Oliveira, o grupo funcionava como uma empresa, com estrutura organizacional piramidal, onde cada membro tinha funções muito bem definidas.

Infiltrados
Os procuradores afirmam que a existência da quadrilha por quase duas décadas deu tempo para que ela montasse uma estrutura estável, com larga influência em vários órgãos do Estado. A participação da Polícia Federal do DF é uma prova da influência do grupo sobre o Poder Público no Estado. Os agentes da sede da PF na capital Federal tiveram de ser usado para que servidores infiltrados em Goiás não denunciassem as investigações.
“O recrutamento do braço armado do Estado pelo crime como instrumento de cobertura e proteção ostensiva ou velada dos estabelecimentos de jogos e da prática delitiva controlada por um poder centralizado e hierarquizado, foi capaz de gerar a desarticulação do Estado no enfrentamento à criminalidade. Tornou, em outras palavras, o Estado e a própria sociedade mais vulnerável”, afirma o parecer dos procuradores.

Fonte: O Popular

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