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quarta-feira, 11 de julho de 2012

AGENTES PENITENCIÁRIOS PARTICIPAM DA MAIOR OPERAÇÃO DE COMBATE A ROUBOS DE CARROS JÁ REALIZADA EM GO



Agentes de Segurança Prisional do Grupo de Operações Penitenciárias (GOPE) e do Grupo de Operações Regionais da Agência Goiana do Sistema de Execução Penal (Agsep) participaram da maior operação contra roubo de carros já realizada em Goiás, numa ação batizada de Cadeia do Crime e Guilhotina, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e Centro de Segurança Institucional e Inteligência (CSI), com o apoio das Polícias Civil e Militar e Agsep.
A operação, que teve início às 6h desta terça-feira, 10/07, e durou a manhã toda, mobilizou 540 agentes das diferentes instituições para o cumprimento de 108 mandados de prisão (sendo 14 conduções coercitivas), em Goiás e em mais quatro estados – Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Maranhão. Da Agsep, estiveram envolvidos nos trabalhos 50 agentes prisionais sob a coordenação da Diretoria de Segurança Prisional da Agsep e apoio da Gerência de Inteligência do órgão. Todas as pessoas presas foram levadas para o auditório do Ministério Público estadual.
De acordo com informações do Ministério Público de Goiás, os investigados na operação estão envolvidos em pelo menos 12 crimes: homicídio, falsificação de documentos, tráfico de drogas, associação para o tráfico, lavagem de dinheiro, roubo, receptação e adulteração de veículos. As investigações apontam que alguns dos envolvidos têm ramificações no Paraguai, onde veículos roubados em cidades como Goiânia movimentavam cargas de drogas. A Polícia Civil está cumprindo 55 mandados de prisão e o MP 39.
Os resultados da ação foram apresentados à imprensa no final da manhã, durante entrevista coletiva na sede do Ministério Público, pelo procurador geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres; o secretário da Segurança Pública e Justiça de Goiás, João Furtado; diretora Geral da Polícia Civil de Goiás, Adriana Accorsi; o Comandante do Policiamento da Capital Tenente Coronel Queiroz; e pelo presidente da Agsep, Edemundo Dias, entre outros servidores das instituições presentes.
Bloqueadores
Entre as pessoas investigados na operação Cadeia do Crime e Guilhotina, 20 são detentos da Casa de Prisão Provisória (CPP) de Aparecida de Goiânia e da Penitenciária Coronel Odenir Guimarães (POG), ambas instaladas no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Eles são acusados de participação nos crimes investigados.
O presidente da Agsep, Edemundo Dias, esclareceu à imprensa que tendo encerrados os trabalhos de investigação serão instalados bloqueadores na CPP e na POG. “A partir dos trabalhos realizados a Agsep instalará de imediato os bloqueadores já adquiridos pela instituição. Os equipamentos ainda não tinham sido instalados para que a investigação não fosse prejudicada”, afirmou Dias. “Os bloqueadores já foram testados. São equipamentos capazes de eliminar a utilização de aparelhos celulares dentro das unidades em que serão instalados”, garantiu ele. Além dos bloqueadores, o presidente da Agsep informou que portais e esteiras detectoras de metais também serão instalados no Complexo.

Comando por trás das grades


Presos articulavam roubos de veículos e troca por drogas de dentro do Complexo Prisional de Aparecida
Alguns dos presos aguardavam ontem no Ministério Público: quadrilha é suspeita de ser responsável por 70% dos roubos de carros da Grande Goiânia.

Um esquema altamente articulado e organizado. Líderes que zombavam da ação da polícia e das vítimas e que faziam suas encomendas de dentro do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. A organização criminosa, segundo as autoridades, responsável por cerca de 70% dos roubos a veículos ocorridos em Goiânia e região, foi desarticulada ontem, em operações paralelas deflagradas pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) e Polícia Civil, que resultaram na prisão de 65 pessoas, cumprimento de 37 mandados de busca e apreensão, bloqueio de 30 contas bancárias e apreensão de 30 carros e quatro motos.
O roubo de veículos na Grande Goiânia, que também alimenta e fomenta o tráfico de drogas e outros crimes ligados a ele, era comandado por grupos organizados, com rígida divisão de tarefas e ramificações por outros estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Maranhão, de dentro da Casa de Prisão Provisória (CPP) e Penitenciária Odenir Guimarães (POG). Entre os presos ontem estão um agente prisional e um homem que é considerado um dos maiores traficantes de maconha do País, com atuação também no Paraguai.

Aumento de roubos

Hoje, segundo estimativa do titular da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores (DERFRVA), Edson Carneiro Caetano, a média diária de roubos em Goiânia é de 15 veículos. Esse número é 50% a maior do que média registrada em 2011, quando foram roubados 3.661 veículos em Goiânia.
O crescimento é percebido em todo Estado, onde os números são ainda mais assustadores. Nos dois primeiros meses deste ano, a Secretaria de Segurança Pública de Goiás reconheceu um aumento de 90% no número de veículos roubados no Estado em relação ao mesmo período do ano passado.
A estrutura e o modo de ação da quadrilha não são novidades. Em 2007, operação deflagrada pela Polícia Civil, denominada Ali Babá, prendeu 47 pessoas, sendo que 11 delas comandavam as ações criminosas de dentro do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. A operação, comandada pelo então delegado adjunto da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores (DERFRVA), Waldir Soares, identificou esquema semelhante de roubos de veículos para compra de drogas.

Outros crimes

Além dos roubos, o Ministério Público e a Polícia Civil identificou, em gravações autorizadas pela Justiça, o envolvimento com inúmeros outros crimes, incluindo homicídios, estelionato, lavagem de dinheiro, receptação, adulteração de veículos e falsificação de documentos. As gravações revelam que os presos faziam as encomendas de veículos, indicavam quem iria roubá-los, para onde levar e a quem entregar os veículos. Em vários trechos, eles riem de ações da polícia e comemoram a morte dos delegados da Polícia Civil, no acidente da queda de um helicóptero da corporação, em maio deste ano, durante as investigações da chacina de Doverlândia. O promotor Dênis Bimbati, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), destacou o grau de organização da quadrilha, que agia preferencialmente em roubos a mão armada.

Fonte: O Popular