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quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Agentes Penitenciarios não conseguem acordo e mantêm greve em Goiás








Os agentes penitenciários que atuam na Casa de Prisão Provisória (CPP) deAparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, continuam em greve. Representantes da categoria se reuniram com o secretário de Administração Penitenciária e Justiça, Edemundo Dias de Oliveira Filho, mas não houve acordo.
A paralisação começou na manhã de terça-feira (10). Desde então, 65 presos deixaram de participar de audiências no Fórum de Goiânia por falta de escolta policial. Os grevistas também não permitiram o recebimento de detentos e eles foram levados de volta às delegacias. Nesta quarta-feira (11), advogados que foram até o local para visitar detentos não puderam entrar. “Para o preso, um dia a mais que ele passa na prisão é um prejuízo enorme. Então, não sabemos quando poderemos retirá-los daqui”, afirmou o advogado Francisco Silvestre.

Em todo o estado, 1.200 agentes prisionais cuidam de 14 mil presos, segundo o Sindicato dos Servidores do Sistema de Execução Penal do Estado de Goiás (Sinsep). Só na CPP de Aparecida de Goiânia, cada servidor é responsável por 134 detentos. “Nosso serviço é desumano e de alto risco”, afirmou o agente Wellington Pereira Matias. O agente Wesley Matos afirmou que, apesar da paralisação, os serviços básicos estão mantidos. “Atendimentos médicos e as refeições são realizados normalmente”, explicou.
Superlotação

Como os presos não são aceitos na CPP, a situação das delegacias de Goiânia começa a ficar crítica. A sede da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores (DERFRVA), no Setor Cidade Jardim, abriga 35 presos. O ideal é que apenas 10 fiquem no local. Já na Delegacia Estadual de Investigação Criminal (Deic), são 20 vagas temporárias. No entanto, 30 presos dividem o espaço. Mas a pior situação está na Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH), onde 29 detentos estão em uma cela ideal para 12. O delegado Murilo Polati, da DIH, diz que é um risco manter os presos nas delegacias. “Nós já retiramos celulares e drogas que estavam de posse dos detentos. Sem contar que a quantidade de policiais civis não é suficiente para atuar na rua e no cuidado dos presos”, disse.

Reivindicações

A categoria pede aumento no piso salarial, que atualmente é de R$ 2.500, para R$ 7 mil, além de melhores condições de trabalho. Na terça-feira (10), a Justiça considerou a greve ilegal e determinou a volta imediata. Se a medida for descumprida, a multa será de R$ 10 mil por dia.

Essa é a segunda paralisação da categoria em menos de um mês. No último dia 20 de agosto, os agentes cruzaram os braços. Na ocasião, cerca de 60 presos não foram recebidos na CPP. Os grevistas foram recebidos pelo secretário e foi feito um acordo de que a discussão seria retomada para discutir o reajuste.

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