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segunda-feira, 7 de julho de 2014

Grupo planeja morte de promotora e policial na Cidade Ocidental

Investigação de transporte pirata levanta indícios de outros crimes

Uma investigação da polícia da Cidade Ocidental (GO), na Região Metropolitana do Distrito Federal, que tinha como objetivo o combate ao transporte pirata, acabou revelando indícios da existência de uma organização criminosa que, além de executar o serviço público de forma ilegal, estaria articulando a morte de autoridades. Entre os alvos do grupo, estão um policial civil e uma promotora de justiça.
O  Jornal de Brasília  teve acesso às transcrições telefônicas feitas com autorização judicial. O teor é peça-chave para o processo que tramita no Tribunal de Justiça contra 14 integrantes do grupo que opera de forma clandestina no sistema de transporte. Entre eles, servidores da Superintendência de Trânsito Municipal e até vereadores.
Apuração
O monitoramento telefônico dos suspeitos ocorreu entre os meses de abril e maio do ano passado. De acordo com o relatório policial, um dos diálogos mais comprometedores é datado de 13 de abril de 2013 e teve como alvo o telefone de Hednailton Wagner de Lima, um dos suspeitos de integrar a quadrilha. Ele conversou durante cerca de 12 minutos com um adolescente de 17 anos, identificado como  M.S.P, que cumpre pena no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). No diálogo, Wagner estaria oferecendo dinheiro para o menor para executar o policial Alexandre Araújo Carneiro da Silva e a promotora Marizza Maggioli.
Na conversa, o menor pergunta se Wagner conseguiu tirar a van apreendida pela polícia. Wagner diz que não. O adolescente diz que "vão ter que colocar fogo naquele". A ligação fica "incompreensível", descreve o agente que a transcreveu.
Em outro trecho, Wagner pergunta se eles têm coragem. O menor responde em tom de irônia: "A gente taca fogo nele", afirmou o garoto. Wagner completa: "R$ 1 mil por qualquer um". O adolescente responde: "Você é doido, é?", diz.
Adolescente confirma proposta
Quinze dias depois, em depoimento no Centro Integrados de Operações de Segurança (Ciops) da Cidade Ocidental (GO), o garoto teria confirmado que Wagner planejava atentar contra a vida do policial e da promotora. O adolescente explicou que trabalhou algumas vezes como cobrador de van de Wagner.  
Em outra gravação, feita no mesmo dia e com duração de dez minutos, o alvo é o telefone de Charles Rodrigues de Arana - que também é apontado como membro da organização criminosa.
Na conversa com um homem não identificado, Charles diz: "Você acredita que seu irmão lá prendeu a van do Guimarães agora?", disse. O homem, então, sugere resolver a questão de forma radical: "Rapaz, vamos mandar matar esse cara, moço”, disse.
Um dia após o depoimento de M.S.P, a Justiça decretou a prisão temporária de Wagner, Charles e outros seis integrantes do grupo de transporte pirata por cinco dias. Na decisão, o juiz André Costa Jucá argumenta que "depois da quebra de sigilo e das comunicações telefônicas dos envolvidos, vieram à baila fortes indícios da prática do crime de ameaça contra a promotora de Justiça Marizza Maggioli".
Objetivo seria frear o trabalho da Justiça
Em outro trecho do documento, o magistrado ressalta que, "nas escutas telefônicas, por diversas vezes, planejavam atentar contra a integridade física da promotora Marizza, responsável pelas investigações e apreensão das vans utilizadas na prática de transporte clandestino e, ainda, atentar contra a vida do agente de polícia Alexandre Araújo Carneiro da Silva, com o nítido objetivo de cessar as investigações e garantir a continuação da prática delituosas."
Ilegalidade
Autor de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar "irregularidades no transporte público de Cidade Ocidental (GO), o vereador Paulo Rogério (PROS) afirma que a ilegalidade só ocorre devido à carência do serviço. "Alguns moradores precisam caminhar três quilômetros para chegar à parada de ônibus mais próxima", ressalta. "Sou contra o transporte pirata”, conclui o vereador
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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