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terça-feira, 23 de setembro de 2014

Presos fazem abaixo-assinado para denunciar tortura em presídio de GO

Mais de 150 detentos assinaram documento entregue ao Ministério Público. Eles reclamam da suspensão de aulas e da falta de atendimento médico.
Mais de 150 detentos do Presídio de Caldas Novas, no sul goiano, fizeram um abaixo-assinado para denunciar que estão sendo torturados dentro da unidade. Familiares dos presos entregaram na última segunda-feira (2) o documento ao Ministério Público Estadual (MP-GO), que vai apurar o caso.

“Estão invadindo o presídio, estão torturando os presos. Batendo com spray de pimenta, soltando bombas, teve tiro de doze lá dentro. Teve o dia da visita das crianças lá, que soltaram bomba com as crianças lá dentro”, disse o pai de um detento, que não quis se identificar.

A Secretaria Estadual de Administração Penitenciária e Justiça (Sapejus), responsável pelo presídio, informou que ainda não foi notificada sobre esse abaixo-assinado, mas que está disponível para apurar as denúncias.

Segundo os parentes, os detentos também reclamam da suspensão de alguns serviços, como os cursos de artesanato e da visita de religiosos que iam ao presídio. O promotor de Justiça que recebeu a denúncia, Giordane Alves, explica que esses benefícios foram suspensos por questões de segurança, pois houve tentativa de fuga na sala de aula. “Não havia segurança suficiente para a manutenção desses presos durante as salas de aula e a segurança para os próprios professores”, disse o promotor.

Os presos ainda denunciam que falta atendimento médico aos internos. “Tem gente doente lá dentro, comprovado que está com meningite e eles deixaram pra levar no último caso. Tem detentas com hepatite C”, afirma a mãe de um dos presos.

A Sapejus informou que todas as quarta-feiras os presos recebem assistência médica. Além disso, diariamente, os reeducandos contam com um técnico em enfermagem e um psicólogo. Os presos com suspeita de doenças contagiosas passaram por exames, mas os resultados ainda não ficaram prontos.

O promotor ressaltou que o número de revistas aumentou para combater o uso de produtos proibidos no local, pois, nas últimas duas operações, foram apreendidos quase 80 celulares, além de drogas e facas. Mesmo assim, disse que vai investigar as denúncias. “Se houve abuso em qualquer destas atitudes, tanto o Ministério Público quanto o Judiciário está atento a isso e vamos observar, fiscalizar e apurar os fatos denunciados”, garantiu Alves.


Fonte: G1 Goiás

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