Ao propor articulação entre as secretarias de Segurança Pública de Goiás e do Distrito Federal para enfrentamento da criminalidade na região do Entorno do DF, o ministro da Justiça, José Eduardo
Cardozo, disse considerar a violência na região “inaceitável”. Por outro lado, ele prometeu mais apoio, mas não quis antecipar o volume de recursos que poderá ficar à disposição para novas ações. “Primeiro precisamos ter um plano e, a partir daí, ter valores.” Segundo ele, a região precisa de “investimentos em pessoal, materiais, equipamento, tecnologia e serviços de inteligência”.
O Ministério da Justiça propôs ontem plano comum de combate à violências nas 21 cidades goianas que formam a Região Integrada de Desenvolvimento do DF e Entorno (Ride). “Sem essa integração, não enfrentaremos a violência”, disse o ministro, após participar, em Luziânia (GO), de ato simbólico de destruição de armas apreendidas.
Essa não é a primeira vez que o ministério pretende investir no Entorno do DF. Desde 2007, a Força Nacional de Segurança Pública tem desenvolvido ações para o combate à criminalidade na região. A Operação Entorno II, que teve início em abril, por exemplo, mantém 117 homens da força nas cidades consideradas mais violentazs, como Águas Lindas, Cidade Ocidental, Luziânia, Novo Gama e Valparaíso. No período, a operação já apreendeu 124,5 quilos de maconha, 8,7 kg de cocaína e 41 armas de fogo.
Para o coronel Edson Costa Araújo, do Gabinete de Segurança Pública do Entorno, ligado ao governo de Goiás, o principal problema da região é o consumo e o tráfico de crack. “Quando se fala em homicídio, o problema é crack”, disse, lembrando ainda que a região sofre com o crescimento desordenado e que, ali, os indicadores de violência crescem a uma taxa de 25% ao ano desde 2006.
Mortalidade
Dados do Ministério da Saúde apontam que a taxa de mortalidade por agressão na Ride subiu de 36,8 por 100 mil habitantes, em 2000, para 42,1 por 100 mil, em 2009. Conforme apresentação da demógrafa Ana Nogales, da Universidade de Brasília (UnB), feita para o evento ontem de Luziânia, a mortalidade de jovens de 15 a 29 anos na Ride, em 2009, era em torno de 110 por 100 mil.
Segundo Edson Araújo, planejamento elaborado pelo governo de Goiás aponta que são necessários R$ 713 milhões em investimentos para a compra de viaturas, construção e manutenção de presídios. Ele reclama a falta de “uma fonte de financiamento perene” de recursos para a segurança na região.
Hoje, o governo federal deve anunciar um novo programa de apoio ao sistema prisional, com recursos que giram em torno de R$ 1,1 bilhão. (Agência Brasil)
Fonte: Jornal O HOJE
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